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Entrevista na Prisão a Varg Vikernes

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Mensagem  Admin Qui Jun 10, 2010 1:34 am

Tradução: Metal_Maniac do #metalbreath da brasnet
BJ = Björn Hallberg
VV = Varg Vikernes
BJ – Por favor diz-me o teu nome completo, idade e local onde te encontras.
VV – O meu nome completo é Varg Vikernes. Nasci no dia 11 de fevereiro de 1973, e no momento estou na prisão Trondheim.
BJ – Qual o motivo EXATO da tua condenação?
VV – Eu fui condenado por: roubo e possesão de 125kg de dinamite e 26kg de glinite (outro tipo de explosivos); incêndio premeditado de quatro templos judeus (igrejas), dos quais três queimaram até ficarem em cinzas; três casos de invasão de propriedades privadas (em busca de armas, alguns disseram); assassinato em primeiro grau (apesar de ter sido um assassinato em segundo grau na verdade); e... bem, acho que isso é tudo.
Eu fui acusado também de ter incendiado um quinto templo judeu (Fantoft Stavechurch); um ou dois casos de violação de túmulos; e eles também apreenderam aproximadamente 3000 balas de rifle e pistolas (mas a polícia apenas ficou com essa munição, e nem ao menos mencionou-a na lista de itens confiscados). Eu fui considerado inocente no incêndio da igreja Fantoft, e o próprio promotor chegou a aconselhar o juri a não me considerar culpado destas acusações – simplesmente porque eram muito ridículas e porque não havia prova alguma de que eu tinha feito coisas como essas, como violar túmulos!
Eu mesmo disse à corte que eu era culpado do roubo e posse da dinamite/glinite, e também confessei que era culpado de “homicídio doloso” em defesa própria. Eu quis dizer que foi algo em defesa própria, mas depois percebi que na visão deles, no sistema legal deles, era chamado legalmente de “homicídio doloso”, já que eu não estava numa posição onde a minha vida estava DIRETAMENTE ameaçada, pois o Aarseth (o gajo que eu matei) estava a fugir do seu apartamento quando eu o matei.
Não houve prova nenhuma em NENHUM dos casos de que fui acusado, a não ser na história da dinamite/glinite, é claro... Afinal eles encontraram 150kg de explosivos no meu sótão...
Em todos os outros casos eu fui considerado culpado apenas porque haviam UMA ou DUAS testemunhas em cada caso, que diziam que eu tinha feito aquilo, ou estado lá, ou coisas do tipo. Algumas provas eram tão fracas que meu novo advogado disse que estava surpreso por eu ter sido preso com base nelas. Num caso era ÓBVIO que eu não tinha cometido o crime (o caso Åsane Kirke). Então, eu diria que fui condenado mesmo sem ninguém ter prova nenhuma contra mim!
BJ – Você diz que o fundador do Mayhem, Oystein Aarseth foi assassinado em defesa própria? Por que motivo ele queria matar você, então?
VV – Ele queria matar-me por várias razões. Eu saí da sua gravadora, e fazendo isso deixei-o apenas com algumas bandas que vendiam muito pouco (Abruptum, e algumas outras merdas). Eu fiz com que ele parecer um idiota completo em várias ocasiões, por exemplo, eu dava ria-me na frente dele enquanto desmascarava todas as mentiras que ele contava. Eu comecei a espalhar propaganda racista no nosso meio. Mas, o que é mais importante, eu comecei a ser mais interessante para a mídia do que ele. Por alguma razão era muito importante para ele ser “o centro” de tudo. Eu ganhava mais atenção porque de facto FAZIA as coisas que dizia, enquanto ele apenas ficava falando e falando – então depois de algum tempo ninguém mais o levava a sério, pois todos viam que ele era apenas uma pessoa com muita conversa e nenhuma acção. Ele culpava-me por isso, já que eu era a pessoa – ele acreditava – responsável por fazê-lo parecer um cobarde (o que ele era, é claro).
Deve de se lembrar de que ele foi “o centro” do movimento por um longo tempo; ele tinha 25 anos de idade, enquanto eu tinha apenas 19 (e 20 quando o matei), e ele ficou seriamente ofendido quando as pessoas começaram a ouvir-me ao invés de ouvir a ele. Ele era um comunista, e odiava o facto de que “toda gente” estava muito mais interessado no meu nacionalismo e na minha visão racista – isto é, depois de um tempo, é claro. Ele não gostou da forma que as coisas se desenrolaram e queria acabar com isso, matando-me. Primeiro ele tentou encontrar provas contra mim por vários crimes que ele “sabia” que eu tinha cometido, mas ele não conseguiu encontrar nada.
A razão pela qual eu o desrespeitava era simplesmente esta: ele era completamente incompetente e incapaz de administrar a sua gravadora com eficiência. Ele era cheio de grandes palavras e nunca fazia nada daquilo que prometia. Ele tinha verdadeira obsessão pelos seus pensamentos “Satanistas”, enquanto eu queria espalhar o Odinismo na cena (e ele odiava-me por isso também). Ele era ridículo, via filmes pornô a tempo inteiro, e nós até mesmo desconfiávamos que ele era bisexual ou homossexual! Eu não queria saber de nada que tinha a ver com ele, e eu nunca fiz nada de vontade própria para esconder o meu ódio por ele. Ele era um porco, e eu dizia isso a “toda gente”!
Eu estava um pouco zangado porque tinha gastado muito tempo, fé e energia em na sua gravadora, e tudo foi desperdiçado! Eu era jovem, certo, mas ainda me sentia um idiota por ter acreditado na sua gravadora no começo.
Resumindo, eu tinha muitos motivos para odiá-lo, e por causa do meu modo de lidar com este ódio (que era respeitado por “toda gente”) ele também tinha muitos motivos para me odiar; eu disse a verdade sobre ele, e com certeza a verdade muitas vezes é desconfortável!
Eu disse – e ainda digo – que eu o matei em defesa própria simplesmente porque foi ele quem me atacou, e não o contrário, quando eu apareci no seu apartamento naquela noite para dizer a ele “para parar de me chatear” (para colocar em palavras claras). Ele queria me torturar até a morte, filmando tudo e vendendo o filme para outras pessoas – e eu sabia disso porque um amigo dele contou-me. Ele atacou-me e tentou matar-me (com uma faca). Por pouco ele não conseguiu, mas eu sabia que se eu não acabasse com “espetaclo” lá eu estaria apenas dando a ele uma segunda oportunidade e é claro que eu não vi nenhum motivo para deixar isto acontecer. E se ele tivesse mais sorte na segunda vez? É por isso que eu digo que foi em defesa própria. No começo era defesa própria, até mesmo legalmente, mas quando ele começou a fugir j não era legalmente defesa própria, e então eu chamo este assassinato de “ação preventiva”, “defesa própria preventiva”.
BJ – Houve uma história alguns anos atrás de uma garota (Maria, ou algo do tipo), que pegou fogo ha casa do vocalista da banda sueca Therion perto de Estocolmo... Ainda não queres comentar este facto?
VV – O que quer dizer com “ainda não queres comentar”? De qualquer modo, eu não consigo entender o que isto tem a ver comigo. Essa rapariga (Suvi Marjatta, e não Maria) pôs fogo na casa desse Therion uma semana DEPOIS de eu ter estado na Suécia. Eu acho que autografei um álbum do Burzum para o Therion, por brincadeira, porque ela (Suvi M.) sabia onde eles ensaiavam e disse que podia entregar o álbum para ele.
De qualquer modo, ela incendiou a porta da casa da família dele, e depois pregou meu álbum autografado na parede (eu acho)! Depois ela ligou-me, quando eu já estava na Noruega, e disse-me o que tinha feito. É claro que eu achei que ela estava doida (e estava mesmo; eu acho que ela está num hospital para doentes mentais agora), e também um pouco engraçado. Nós (na Noruega) não levamos isso muito a sério, talvez devêssemos dar mais atenção ao facto, mas nós realmente pensávamos que era um tipo de piada. Então eu escrevi uma carta para o Therion dizendo algo do tipo “eu acho que perdi uma caixa de fósforos quando estive na Suécia, ha ha", alguma coisa assim.
Eu autografei o álbum porque nós não gostávamos do Therion, porque eles queriam ser “Rock Stars”, e levavam a banda muito a sério, então foi uma espécie de brincadeira com isso – eu assinei o nosso “debut” como se fosse um Rock Star e o entreguei para ele (como se fosse “óbvio” que ele gostaria de uma cópia autografada). É claro que era irônico e também uma piada, mas nem preciso dizer que a tal Suvi M. “exagerou” um pouco...
Resumindo, este incêndio não teve realmente nada a ver comigo, e desde o começo era apenas uma brincadeira. Eu queria na verdade entregar o álbum pessoalmente, mas nós ficamos sem dinheiro quando estávamos lá (eu e um membro de Abruptum), então nós não tínhamos gasolina suficiente para ir até onde eles ensaiavam (mais ou menos uma hora de carro de onde nós estávamos). Foi assim que essa rapariga entrou na história. Ela poderia entregar o álbum por mim.
Eu tive que aguentar um monte de merda por causa disso, com algumas pessoas dizendo que eu “mandei a minha namorada” pegar fogo na casa dele, porque eu era muito cobarde para fazê-lo por mim mesmo, e até mesmo que na próxima vez eu mandaria o meu cão e assim por diante. No entanto, como pode ver toda essa coisa tem pouco a ver com as versões apresentadas nestas revistas sobre Metal. Este caso garantiu-me umas risadas, é claro. É incrível como podem inventar coisas sobre uma coisa tão pequena como este incidente...
BJ – O que é o Black Circle? Você ainda é ativo nele?
VV – Ha ha, eu estou surpreendido por AINDA me perguntarem isso. NUNCA existiu um “Black Circle”, exceto na cabeça de Aarseth/Euronymous, que queria fazer-se mais interessante criando algo como um “misterioso Black Circle”. Era apenas um produto da fantasia dele que nunca existiu. As revistas de música britânicas engoliram esta história estúpida, ou apenas fingiram acreditar para ter alguma coisa sobre o que escrever. Eu não sei.
Apesar disso, eu devo dizer que nós – outros caras que tocavam metal – também “encenávamos” e não fazíamos nada para desmentir a existência deste “Black Circle”, não fazíamos nada para espalhar que era apenas um produto da imaginação de Aarseth.
Agora que eu estou a falar sobre isso, posso dizer que esta foi mais uma das “mentiras de Aarseth” que eu fiz questão de desmascarar, e mais outra razão para ele odiar-me – ou me matar antes de parecer um idiota completo ao mundo.




Varg Vikernes é recapturado pela polícia (27/10/03):


Após transcorrido um dia sem seu retorno à prisão, conforme havia sido programado, Varg Vikernes, criador do BURZUM, foi recapturado pela polícia norueguesa numa estrada de acesso à capital (Oslo), mais precisamente às 0:45 da madrugada do dia 27 (segunda-feira).

De acordo com o depoimento de um policial: "Sinalizamos para Varg parar, mas como ele não o fez, fomos obrigados a 'fecha-lo' entre dois veículos".

Horas antes, o advogado de Varg, John Christian Elden, declarou a um jornal que sua fuga era consequencia devia às frustrações sofridas nos últimos anos, pois Varg, apesar de manter um comportamento exemplar e ter esperanças de retomar a sua liberdade, teria ficado "chocado" ao ler um artigo recente onde era tratado como se representasse um "perigo para a sociedade".

Entretanto, de acordo com outras fontes, o veículo que Varg conduzia no momento em que foi preso teria sido roubado de uma família que parara na estrada para auxiliar um pedestre (Varg) que pedira ajuda, mas assim que estacionaram, foram rendidos por Varg, que estaria armado.

"Varg apontou uma arma e mandou que deixassem o veículo" afirmou um policial para um repórter.

Com este acontecimento, Varg deve perder os privilégios que conquistara nos últimos anos, principalmente o de poder sair da prisão em algumas ocasiões, e deve retornar para uma penitenciária em regime fechado. Na realidade, existe muita controvérsia sobre sua situação, pois algumas pessoas o consideram "perigoso", não somente por ser um assassino confesso, mas também por suas supostas ligações com grupos neo-nazistas.

Há cerca de oito anos, Varg teria sido um dos fundadores do "Norsk Hedensk Front" (algo como "Frente Pagã da Noruega"), grupo nacionalista com tendências socialistas, que recentemente divulgou um comunicado dizendo que Varg já não fazia parte de suas fileiras, dizendo que "é melhor para nós e para ele que as coisas sejam assim".

Helene Bore, mãe de Varg, afirma categoricamente que seu filho não mantém mais nenhum contacto com nenhuma organização, e seu único desejo é o de poder voltar a viver de forma mais normal possível. Entretanto, ela acredita que a pressão que ele têm sofrendo nos últimos anos tenha levado-o a crer que, por mais que tente, ele nunca conseguirá se livrar do fantasma do passado.



Algumas fotos da sua captura:
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